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quarta-feira, 20 de abril de 2011

Quem teve perda deve criar vínculos, viver luto e se reconstruir, diz médico

Para Adalberto Barreto, é importante entender que dramas fazem parte da vida.
Psiquiatra e criador da terapia comunitária tirou dúvidas sobre ansiedade.

O psiquiatra Adalberto Barreto participou de um bate-papo para responder às perguntas dos internautas após o Bem Estar desta sexta-feira (11). Ele disse que, em caso de tragédias naturais, as crianças não devem se culpar pela morte dos pais ou de familiares, e é importante fazê-las entender que esses dramas fazem parte da vida, que inclui perdas, mas também ganhos.
O criador da terapia comunitária também recomendou que a pessoa que teve uma perda crie vínculos com outras, passe pelo luto e se reconstrua. Praticar esportes, ir para a escola e cultivar amigos são algumas formas de superar a dor.
Barreto afirmou que cada um deve ter pelo menos 12 vínculos na vida para não cair em depressão. Esses laços sociais, esportivos, espirituais e de amizade são, na analogia do médico, como pregos de um quadro preso à parede: quanto maior a quantidade deles, mais firme a moldura fica.
Segundo o psiquiatra, é fundamental controlar a insegurança para conter a ansiedade. Os indivíduos devem olhar as vitórias do passado e trabalhar a autoestima para se tranquilizar. Ele destacou que a ansiedade pode ter um lado bom, pois tira as pessoas do conformismo, leva-as a estudar mais e a ficar mais atentas.
A importância de chorar para amenizar sentimentos de ansiedade também foi destacada pelo médico. “As lágrimas que os olhos não vertem, vertem os órgãos”, ressaltou. Por isso, é preciso dar evasão às emoções, mas não adianta apenas chorar. Depois da lamentação, deve-se analisar o que é possível aprender ou mudar com essa experiência. No calor do momento, fica difícil avaliar a situação mais friamente, pois quando a emoção é forte o raciocínio diminui, disse Barreto.
Ele comparou a ansiedade a uma pedra batendo no vidro: na primeira vez, faz uma rachadura, depois danifica mais, até quebrá-lo. Ou seja, esse problema tem um efeito cumulativo. Se uma pessoa percebe que a ansiedade aumenta com o tempo, deve caminhar, dançar, cantar, dançar, fazer uma massagem ou uma terapia comunitária – enfim, procurar o que lhe dá mais prazer.
Roer as unhas, de acordo com o psiquiatra, simboliza a raiva reprimida, não propriamente a ansiedade. É a manifestação do medo de mostrar as unhas e os dentes quando necessário. Portanto, alertou ele, a dica é ser justo consigo mesmo e saber dizer não para os outros de vez em quando.
Quem tem dificuldade de sono por causa da ansiedade deve se preocupar em descansar, não apenas em dormir. Ver filmes excitantes ou muito violentos à noite pode atrapalhar o relaxamento, e deitar ouvindo música alta acaba impedindo o cérebro de repousar, segundo Barreto. Quinze minutos antes de dormir, é importante tomar um banho, beber um chá, baixar o volume do rádio e diminuir a intensidade da luz.
Na gravidez, ressaltou o médico, é normal sentir mais ansiedade e inquietação, pois a mulher quer apoio do companheiro e, muitas vezes, pode ter essa dúvida. Com isso, vêm a angústia e a insônia, mas é importante que a gestante saiba que não está sozinha: tem uma vida dentro dela e a família ao redor.
Fazer exercícios físicos também é uma ótima opção para quem sofre de ansiedade, indicou Barreto. Esse sentimento pode aumentar a frequência cardíaca e a pressão, e as atividades reduzem essas taxas. O vazio da ansiedade pode levar, ainda, as pessoas a comer mais e a engordar. Segundo o médico, é comum que os ansiosos queiram preencher com arroz, feijão e carne o que precisa ser suprido com carinho, amor, atenção e alimento afetivo.
O psiquiatra recomendou a ingestão de suco de capim-limão para combater a ansiedade e ajudar a dormir. Em seguida, afirmou que o excesso de tecnologia pode aumentar o problema, pois as pessoas vivem em um mundo virtual e acabam dormindo menos.
 

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